
Finanças e Investimentos
10 de out. de 2025
A mesada é uma poderosa ferramenta para ensinar educação financeira desde cedo. Ao associá-la ao planejamento, à responsabilidade e ao diálogo familiar, é possível desenvolver hábitos saudáveis e formar crianças mais conscientes, autônomas e preparadas para a vida adulta.
A mesada sempre gera dúvidas entre pais e mães: quando começar, quanto dar, como evitar que vire incentivo ao consumo exagerado?
Mas a verdade é que, quando bem orientada, a mesada pode ser uma grande aliada na formação financeira e emocional das crianças, oferecendo aprendizados que elas levarão para toda a vida.
Neste artigo, você vai entender por que a mesada vai além do dinheiro e como ela pode se tornar uma verdadeira ferramenta de educação.
Por que a mesada é tão importante para os filhos?
A mesada representa, para muitas crianças, o primeiro contato com o dinheiro. E isso não é apenas sobre comprar brinquedos ou guloseimas, mas sobre aprender a lidar com escolhas, prioridades e consequências.
Ao receberem um valor fixo com certa frequência, os filhos podem:
Planejar objetivos, como juntar para algo que desejam;
Exercitar a paciência, ao poupar por semanas;
Compreender o valor das coisas, ao fazer escolhas conscientes;
Aprender a dividir o dinheiro, entre consumo, economia e até doações.
Tudo isso fortalece a autonomia, a responsabilidade e até a autoestima.
Além disso, ao cometerem erros financeiros em um ambiente seguro — como gastar tudo de uma vez —, as crianças também aprendem. E aprendem com quem mais confiam: os pais ou responsáveis.
Qual a idade ideal para começar?
Não existe uma idade única, mas sim o momento em que a criança começa a demonstrar interesse e capacidade de compreender o valor do dinheiro. Veja algumas diretrizes por faixa etária:
3 a 5 anos: fase para apresentar o conceito de dinheiro de forma lúdica. A mesada aqui pode ser simbólica.
6 a 10 anos: ótimo momento para introduzir valores pequenos e ensinar sobre economia, escolhas e metas.
A partir dos 11 anos: já é possível aplicar conceitos mais avançados, como orçamento, planejamento e reserva.
Lembre-se: o ideal é que o valor e a abordagem acompanhem a maturidade emocional, e não apenas a idade cronológica.
Quanto dar de mesada?
O valor da mesada deve considerar:
A realidade financeira da família;
A idade e autonomia da criança;
Os objetivos educativos que os pais desejam atingir.
Uma sugestão comum:
De 6 a 10 anos: cerca de R$1 por ano de idade por semana (ex: R$8/semana para 8 anos);
A partir dos 11 anos: 50% de um valor possível para a família (ex: se pode R$100, dar R$50 por mês).
Também vale ajustar a frequência:
Até 6 anos: semanada;
Até 10 anos: quinzenada;
A partir de 11 anos: mesada.
Mais importante do que o valor em si é o diálogo e a regularidade.
Como transformar a mesada em aprendizado real?
Para que a mesada seja, de fato, uma ferramenta educativa, ela precisa vir acompanhada de orientação e constância. Veja algumas práticas que funcionam:
Estimule o planejamento: ensine a montar um orçamento com partes para gastar, guardar e doar.
Use metas claras: por exemplo, economizar R$10 para comprar um jogo ou um livro.
Ensine pelo exemplo: envolva os filhos nas pequenas decisões financeiras da casa.
Converse sobre dinheiro com leveza: mostrar como se lida com escolhas, descontos, prioridades e desejos.
Evite usar como moeda de troca: a mesada não deve ser paga “se” a criança fizer algo obrigatório (como arrumar o quarto).
O mais importante: não tenha medo de errar com seu filho. A mesada é um processo de aprendizado para toda a família.
Educação financeira também se aprende na escola
Além da prática em casa, a escola é um espaço essencial para ampliar a consciência financeira dos estudantes. E essa orientação já é prevista pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que reconhece a educação financeira como parte da formação integral.
Nesse contexto, o Programa Lidere se destaca por trabalhar com três pilares interligados:
Educação Financeira
Educação Empreendedora
Educação Socioemocional
Tudo isso com uma abordagem prática, lúdica e alinhada ao desenvolvimento por faixa etária — da Educação Infantil ao Ensino Médio.
Mais do que um valor mensal, a mesada é uma oportunidade de ensinar valores. Literal e simbolicamente.
Quando guiadas por conversa, exemplos e confiança, as crianças aprendem a fazer escolhas, lidar com frustrações e planejar seus sonhos. E esse é o tipo de conhecimento que vale muito mais do que qualquer nota de dinheiro.